— Caio Fernando Abreu
[...]
“Meu Deus, não sou muito forte, não tenho muito além de uma certa fé - não sei se em mim, se numa coisa que chamaria de justiça-cósmica ou a-coerência-final-de-todas-as-coisas. Preciso agora da tua mão sobre a minha cabeça.
Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir.
Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato.
Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém.
Que eu não perca a capacidade de amar, de ver, de sentir.
Que eu continue alerta. Que, se necessário, eu possa ter novamente o impulso do vôo no momento exato.
Que eu não me perca, que eu não me fira, que não me firam, que eu não fira ninguém.
Livra-me dos poços e dos becos de mim, Senhor.
Que meus olhos saibam continuar se alargando sempre.”
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