16.11.10

Amor em metástase

Tai.




[...]


Ando operando um amor em mim,
Com cortes bruscos e imprecisos
Retiro-o  de mim e ele aparece em outro lugar,
Incessantemente...

Logo depois, mergulho em minhas entranhas.
Deparando-me com aquilo  que não existe. Mas, que ainda faz parte do que não sou mais.

Me mostrando sentimentos que até então  eu negava ter
e me escancara em alto e bom som  que  eles : - não são bons .
Não os vejo, não os ouço e falo menos ainda.
Me rasgo por inteiro catando o que sobrou;
E descubro que não tenho mais os mesmos olhos, nem mais o mesmo cheiro e nem aquele gosto.

e reconheço com um ar que não é meu que:

Não acabei de te amar,
ainda

Só estou
Retirando o que não serve mais,
Caindo em mim, em si e em todo resto
Mesmo naquilo que não sou capaz.

e assim, vou Tirando-o  de mim enquanto ele  aparece em outro lugar .

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