26.3.11
[Uma Canção ]
Feliz pra Cachorro
5 à Seco
Composição : Pedro Viáfora e Celso Viáfora
Pensa num cara que anda feliz para cachorro
Mas pensa assim num cachorro pra lá de feliz
Desde que te vi
Que o chão não tem fundo, que o céu não tem forro, cantarolo e morro de rir
Todo feliz como um gol numa Copa do Mundo
No fim do segundo tempo da prorrogação
Desde que te vi é farra pra tudo, tem funk no morro do fundo do meu coração
Tão raro de se ver
Param pra dizer para eu ser feliz para lá
Peraí o que é que há
Quero ver quem vai me impedir de sorrir do Pari até o Pará
Pensa num cara que anda contente pra burro
Mas pensa um burro contente que nem um sagui
Desde que te vi, parei de dar murros em ponta de faca, deu caca eu dou urros de rir
Ando contente que nem são os gols de chaleira
A zaga inteira batida e o goleiro no chão
Desde que te vi, não tenho enjoeira, nem segunda-feira ou canseira no meu coração
Escute Aqui ... 5%20a%20seco%20%5Boficial%5D%20-%20feliz%20pra%20cachorro.mp3
25.3.11
...
Tai.
[...]
Fala do meu riso,
do meu cheiro,do meu gosto,
do meu jeito bobo,
das minhas malandragens e pilantragens.
Sorri, quando toco o seu umbigo.
Sustenta os meus vícios,
me faz querer a sala , o corredor e o quarto...
e isso me faz lembrar que ainda não tiramos aquele retrato.
Mas, por ora quero Descansar nos teus braços.
Fala dos meus cabelos,
da minha boca,
da região entre o ombro e o peito,
Fala quando fecha os olhos para sorrir.
Fala com pausas e até reticências
Mas, por ora quero mais vírgulas daquelas.
Fala com os pés, o direito e o esquerdo.
Fala quando morde a boca e me mostra o desejo,
Fala da vontade de se encaixar o meu dorso lânguido e liso.
Sabe aquele anseio de morder o sorriso
por ora quero mais,
por ora quero mais horas,
por ora quero que mostre mais do mundo que há lá fora.
Aquele mundo depois do meu.
5.3.11
- Caio Fernando Abreu
"Queria tanto poder usar a palavra voragem. Poder não, não quero poder nenhum, queria saber. Saber não, não quero saber nada, queria conseguir. Conseguir também não - sem esforço, é como eu queria. Queria sentir, tão dentro, tão fundo que quando ela, a palavra, viesse à tona, desviaria da razão , evitaria o intelecto para corromper o ar com seu som perverso. A-racional, abismal. Não me basta escrevê-la - que estou escrevendo agora e sou capaz de encher pilhas de papel repetindo voragem voragem voragem voragem voragem voragem voragem sete vezes ao infinito até perder o sentido e nada mais significar - não é dessa forma que eu a desejo. Ah essa palavra de desgrenhados cabelos, enormes olhos e trêmulas mãos. Melodramática palavra, de voz rouca igual à daquelas mulheres que, como dizia john fante, só a adquirem depois de muitos conhaques e muitos cigarros. Eu quero sê-la, voragem. Espio no dicionário seu significado oficial, tentativa inútil de exorcizar o encantamento maligno. O que leio inquieta ainda mais:“aquilo que sorve ou devora”. E vejo um redemoinho lamacento de areias movediças à superfície do qual uma única mão se crispa. Vórtice, penso, numa vertigem. Repito, hipnotizado: vertigem, vórtice, voragem. “qualquer abismo” - continuo a ler. Os abismos de rosas, os abismos de urzes, e aqueles abismos à beira do qual duas crianças correm perigo, protegidas pelas asas do anjo da guarda. Os abismos de estrelas falsas no falso céu do teto do meu quarto, os abismos de beijos e desejos, o abismo onde se detém o rei daquela história zen para abrir o anel que lhe deu o monge, onde está guardado o condão capaz de salvá-lo - e o condão é a frase: “isto também passará”. Sim, leio então: “tudo que subverte ou consome”-paixões, ideologias, ódios, feitiçarias, vocações, ilusões, morte e vida. essas outras palavras de maiúsculas implícitas -vorazes, voragem -, abismais.”
...
M. Medeiros
Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir.Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza.Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca … Goste de música e de sexo.Não me conte seus segredos… me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.
Me rapte!
Divagando
Tai.
[...]
" Você [re]conhece em mim um pedaço que quase ninguém conhece...e essa parte me faz sentir I-n-t-e-i-r-a."
1.3.11
Tai.
[...]
[...]
Em um dos seus inúmeros textos, Virginia Woolf disse que: "...Quando nos sentamos juntos, muito próximos, as palavras que dizemos fundem-nos um no outro. " e isso me fez lembrar entre tantas outras coisas o momento em que você me disse que o meu nome cabia no Seu ...E me veio no meio da tarde aquela velha vontade de morder um tal sorriso.
— Martha Medeiros
“Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma. Você pode voltar e nada ser como antes. Você pode até ficar, pra que nada mude, mas aí é você que não vai se conformar com isso. Você pode sofrer por perder alguém. Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido, mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo, é a saudade dos momentos simples: Da sua mãe te chamando pra acordar, do seu pai te levando pela mão, dos desenhos animados com seu irmão, do caminho pra casa com os amigos e a diversão natural. Do cheiro que você sentia naquele abraço, da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver, e como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter. De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades: Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma. Cuidado com o que anda desabafando. Conte até três (tá certo, se precisar, conte mais). Antes só do que muito acompanhado. Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse. Renunciar não quer dizer que não ame. Abrir mão não quer dizer que não queira. O tempo ensina, mas não cura.”
Gabriel García Márquez
[...]
“Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando eu digo convicto que ‘nada é para sempre. ”
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