5.8.11

Fabrício Carpinejar.




“Você tem medo de se apaixonar. Medo de sofrer o que não está acostumada. De alterar o trajeto para apressar encontros. Medo de ouvir o nome dele em qualquer conversa. Você tem medo de se apaixonar. Medo de se roubar para dar a ele, de ser roubada e pedir de volta. Medo de que ele seja um canalha, medo de que seja um poeta, medo de que seja amoroso, medo de que seja um pilantra. Você tem medo de oferecer o lado mais fraco do corpo. O corpo mais lado da fraqueza. Você tem medo de se apaixonar por si mesma logo agora que tinha desistido de sua vida. Medo de largar o tédio, afinal você e o tédio enfim se entendiam. Medo de ser destruída, aniquilada, devastada e não reclamar da beleza das ruínas. Medo de não ser interessante o suficiente para prender sua atenção. Medo de que ele não precise de você. Medo de que não queira reparti-lo com mais ninguém. Medo do cheiro dos travesseiros. Medo do cheiro das roupas. Medo do cheiro nos cabelos. Medo de convidá-lo a entrar, medo de deixá-lo ir.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário